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Epicondilite Medial (cotovelo do golfista)

08 Nov 2018 - 06h59Por (*) Paulo Rogério Gianlorenço
Epicondilite Medial (cotovelo do golfista) -

A epicondilite medial, ou cotovelo do golfista, é a inflamação nos tendões dos flexores do punho (antebraço), consiste na inflamação do músculo pronador flexor, que se origina no epicôndilo medial do cotovelo, geralmente acontece em pessoas que praticam musculação de forma muito intensa, agricultores, pode ser causa por esforço repetitivo em trabalhos no dia á dia ou em pessoas que praticam alguma atividade física de forma constante ou repetitiva, como no caso de lançamento de dardos, futebol americano ou basebol, golfe.

Epicondilite medial é causada por qualquer atividade que coloque força valga no cotovelo ou que envolvam flexionar forçadamente os músculos do antebraço, como ocorre durante um lançamento no jogo de golfe, ao sacar a bola no tênis, e no lançamento de dardo, algumas atividades não esportivas que podem causar epicondilite medial incluem colocação de tijolos e os atos de martelar e digitar.

Dores no braço e na região do cotovelo costumam ser bastante comum, e o desconforto pode ser tão grande que interfere em atividades diárias comuns, até mesmo ao acordar e ir lavar o rosto causa dor na região do cotovelo, um dos problemas mais comuns nessa região é a epicondilite medial. Para você entender melhor: o osso do braço, chamado úmero, possui duas protuberâncias ou calombos na região próxima ao cotovelo, essas protuberâncias são denominadas epicôndilos mediais e laterais, epicondilite medial, como o próprio nome indica, é a inflamação dos tendões do epicôndilo medial.

Os sintomas da epicondilite medial incluem: Dor no cotovelo na região mais interna, quando o braço está esticado e a mão encontra-se virada para cima, a dor pode se manifestar em todo o tempo, mas geralmente piora ao tentar aparafusar algo, fazer musculação ou fazer qualquer outro movimento parecido com o de jogar golfe; Sensação de falta de força ao segurar um copo de água, abrir uma torneira, ou num aperto de mãos; Pode haver sensação de formigamento no antebraço ou nos dedos.

Geralmente é possível diagnosticar a epicondilite medial apenas com o exame clínico e a observação dos sintomas do paciente. O ultrassom e mesmo a ressonância magnética pode ser necessárias quando o paciente não responde aos tratamentos iniciais, dúvidas no diagnóstico ou se há a necessidade de excluir a presença de outras lesões associadas.

Teste provocativo, para confirmar o diagnóstico, o examinador senta o paciente em uma cadeira, com o antebraço repousando sobre uma mesa e a mão supinada, o paciente tenta levantar o punho flexionando-o enquanto o examinador o segura para baixo, o diagnóstico positivo consiste em dor no epicôndilo medial e nos tendões flexores pronados.

O tratamento da epicondilite medial é baseado em três fatores importantes: controle da dor, reabilitação da musculatura que foi atingida e prevenção para diminuir os riscos do problema ocorrer novamente.

Um dos tratamentos mais simples e eficazes para casos onde a dor no cotovelo, parar de fazer a atividade que deu surgimento aos sintomas durante alguns dias costuma ser suficiente para combater a dor. O uso de pomadas antiinflamatórias como Diclofenaco pode ser indicado para alívio da dor, evitar carregar sacolas pesadas também é importante para alívio da dor, mas colocar bolsas de gelo entre 7 e 15 minutos, também pode ser uma boa estratégia caseira.

Quando estes tratamentos caseiros não são suficientes, a fisioterapia pode ser indicada, principalmente se dificultar o trabalho e o dia a dia da pessoa. Na fisioterapia podem ser usados recursos como tens, ultrassom, laser, exercícios de alongamento dos flexores do punho, fortalecimento do ombro, aplicação de fitas de Kinesio tape para uma melhora rápida.

Para escolher o melhor método curativo, o médico leva em conta não só o perfil do caso como também o histórico de saúde do paciente. Algumas vezes as infiltrações podem ser indicadas, geralmente quando outros tratamentos anteriores utilizados não são eficazes, mas como apresentam alguns riscos, devem ser discutidas entre médicos e paciente e não costumam ser realizadas rotineiramente.

Quando todo esse tratamento de alívio da dor, reabilitação e prevenção não chega ao resultado esperado, pode ser necessária a cirurgia. É uma situação bastante rara, pois geralmente as medidas tomadas para reabilitação, quando realizadas de forma correta costumam resolver.

O autor é graduado em Fisioterapia pela Universidade Paulista Crefito-3/243875-f Especialista em Fisioterapia Geriátrica pela Universidade de São Carlos e Ortopedia. Atua em São Carlos.

Esta coluna é uma peça de opinião e não necessariamente reflete a opinião do São Carlos Agora sobre o assunto.

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