quinta, 28 de março de 2024
Direito Sistêmico

Direito Sistêmico é Psicologia?

01 Fev 2019 - 06h30Por (*) Dra. Rafaela C. de Souza
Direito Sistêmico é Psicologia? -

Em virtude do Direito Sistêmico utilizar-se da teoria sistêmica desenvolvida por um alemão e filósofo Bert Hellinger e bem como das “Constelações Familiares” no Direito, pode parecer que parece tratar-se de psicologia e não de Direito, e isso distanciar os operadores jurídicos desse novo ramo, que tem como função primordial favorecer o real entendimento do conflito jurídico para as partes, favorecendo um novo olhar bem como para o que está oculto diante dele.

Quando estudamos Direito Ambiental precisamos entender de meio-ambiente, da mesma forma com o Direito Médico, traz conceitos da medicina, e assim em diante, e não por isso deixam de dizer respeito à ciência jurídica, e similarmente com o Direito Sistêmico.

É importante pontuarmos o que o Direito Sistêmico não é bem como as constelações familiares, para que com isso possíveis desconfortos ou até preconceitos com a palavra “sistêmica” sejam desfeitos, e não afaste quem mais poderia se beneficiar, ou seja, tanto as partes, como o próprio advogado e o Judiciário, porque essa nova advocacia traz muito entendimento principalmente ao advogado de qual realmente é o seu lugar e qual a melhor forma de exercer essa profissão, que por várias vezes, é demasiadamente estressante, por envolver diversas questões complexas, tais como: prazos, responsabilidades, honorários e os anseios dos clientes. E, o Direito Sistêmico não é: não é religião e nem regressão a vidas passadas e nem tampouco reencarnação, assim diante da retirada desses “véus” é possível conhecermos algo extremamente grandioso, que pode atuar diretamente nas nossas vidas e promover uma profunda transformação, a quem se permitir.

Mas também, não é necessário para quem não desejar seu aprofundamento, o envolvimento com todo o pensamento sistêmico desenvolvido por Bert Hellinger, às vezes, basta uma nova postura interna de atendimento mais humanizado, o desenvolvimento e aprimoramento com técnicas de PNL- Programação Neurolinguistica e Coaching Sistêmico, e essas novas ferramentas de trabalho somente vem contribuir para o Direito, não significando que o mesmo seja outra coisa, que não jurídico.

“Novos tempos exigem novas formas de atuação”, para a área do Direito não poderia ser diferente, pois diante da inúmera concorrência que existe, e com o avançar das tecnologias e da internet, o contato com o cliente e bem como a conexão com o mesmo, foi se perdendo com a modernidade, coma atuação em advocacia de massa, e para o Direito Sistêmico, primeiramente, esse contato entre o profissional e cliente, é extremamente importante, pois neste momento que poderá haverá entendimento do que está se passando através do conflito jurídico apresentado, e o profissional que dispõe de outras ferramentas, como as adrede mencionadas, pode agilizar o desenrolar do conflito almejado pelo cliente ou de qual caminho a ser seguido e pode ainda proporcionar o mesmo o entendimento em sua vida, e assim, cliente e advogado sentem um forte comprometimento para a solução do problema, e será isso Psicologia? O Direito é uma ciência humana e os conflitos dizem respeito às vidas dos clientes, mesmo que verse sobre um bem imóvel, por exemplo, e a Psicologia e suas ferramentas podem então servir ao profissional jurídico, e para isso servem as ciências, para se imbricarem e servirem umas às outras e com isso, promover a cultura de paz no Poder Judiciário.

(*) A autora, é advogada sistêmica, Presidente da Comissão de Direito Sistêmico e da OAB Concilia de São Carlos-SP, formada pela primeira Turma do Curso de Gestão da Advocacia Sistêmica.

Esta coluna é uma peça de opinião e não necessariamente reflete a opinião do São Carlos Agora sobre o assunto.

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