sábado, 20 de abril de 2024
Artigo Rui Sintra

Comboios humanitários para Venezuela

23 Fev 2019 - 07h00Por (*) Rui Sintra
Comboios humanitários para Venezuela -

A insustentável situação de nossa massacrada vizinha Venezuela, sob o comando de seu tresloucado presidente Nicolás Maduro, atingiu níveis nunca antes imaginados, colocando o mundo sob dois pilares de insanidade – o de Donald Trump, em termos mundiais, e o de âmbito regional, com Nicolás Maduro, parcial e debilmente apoiado por Racep Tayyp Erdogam e Vladimir Putin.

Com uma população esfomeada e completamente refém de milícias e de forças armadas que são pagas a peso de ouro para que Maduro sobreviva um pouco mais no poder e com autorização para matar todo aquele que discorde do “bigode de escova de arame”, o “revolucionário” decidiu no dia 21 deste mês encerrar a fronteira que separa a Venezuela do Brasil, com o intuito de impedir que nosso país forneça o tão necessário apoio humanitário, principalmente às populações que residem próximo à fronteira.

A atitude do ditador venezuelano desenha, assim, um traço perfeito daquilo que é o fascismo, mais uma vez na forma mais socialista que se pode imaginar, em nome de uma utópica revolução que se iguala a tantas outras fracassadas no mundo. Poderíamos ficar por aqui, nesta tentativa de traçar o resumo do perfil de alguém que, um dia, governou um país como a Venezuela e cujos dias de poder certamente estão contados, não fosse o pormenor do perigo que significa a fronteira ter sido fechada unilateralmente.

É óbvio que o Brasil, através de suas forças armadas, tem apenas que se limitar a uma vigilância cautelosa dos seus limites territoriais, até porque Maduro mandou colocar carros blindados na divisa entre os dois países. Isso significa uma de duas coisas: ou o ditador já deu ordens para que as forças armadas liquidem qualquer venezuelano que se atreva a cruzar a fronteira rumo ao nosso país, bem como qualquer veículo que, do Brasil, se atreva a atravessar a linha divisória, ou essa movimentação de carros de combate serve como uma ameaça velada às nossas forças, uma espécie de desafio.

É claro que as forças armadas brasileiras sabem muito bem o que devem fazer num caso como este: só que neste jogo está alguém que é completamente louco, não se sabendo ao certo qual será seu próximo movimento. No momento, o que preocupa mais é o que irá acontecer hoje (sábado), dia 23, data marcada para que os comboios de ajuda humanitária entrem na Venezuela, correspondendo ao pedido do autoproclamado presidente da Venezuela, Juan Goidó, para socorrer a população.

A pergunta que faço é a seguinte: como reagirão as forças armadas brasileiras em caso de ações hostis por parte da Venezuela? Irá Maduro se atrever a cortar a distribuição de energia elétrica que alimenta as cidades fronteiriças brasileiras? Que retaliação ele pode dar e como nossas autoridades responderão a essas eventualidades? Fiquemos atentos a esses desdobramentos no dia de hoje.

(*) O autor é Jornalista profissional / Membro da GNS Press Association (Alemanha) / Correspondente internacional freelancer.

Esta coluna é uma peça de opinião e não necessariamente reflete a opinião do São Carlos Agora sobre o assunto.

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