sábado, 20 de abril de 2024
Qualidade de Vida

Choque séptico

18 Out 2018 - 06h59Por (*) Paulo Rogério Gianlorenço
Choque séptico -

O dia 13 de setembro é o Dia Mundial da Sepse, um problema de saúde pública, a doença está entre as responsáveis pelos maiores números de óbitos em todo o mundo. No Brasil, os pacientes sépticos ocupam 25% dos leitos das unidades de terapia intensiva UTI.

A sepse, no entanto, pode evoluir para a condição de choque séptico, bem mais grave. Como seu diagnóstico não é fácil, por se confundir com outras doenças, e como o tempo é crucial para qualquer intervenção, o aumento da letalidade é uma conseqüência real.

Choque séptico surge por uma resposta imune desregulada do organismo a uma infecção, sendo caracterizada por um grave estado inflamatório que causa falência na circulação sanguínea, queda da pressão arterial e risco de morte se não for rapidamente tratado. 

Este tipo de choque, também conhecido como septicemia, surge quando uma infecção, que estava localizada em apenas um local, consegue chegar até o sangue e se espalha por todo o corpo, afetando vários órgãos. Geralmente, o choque séptico é mais freqüente em pessoas com o sistema imune enfraquecido, como crianças, idosos ou pacientes com lúpus ou HIV.

Esta condição pode surgir devido a qualquer tipo de infecção, principalmente por bactérias, mas também por vírus, fungos ou parasitas, que provocam doenças como infecção urinária, pneumonia, infecções da pele ou meningite. 

Qualquer infecção pode provocar uma sepse ou um choque séptico, que acontecem quando as toxinas produzidas pelos micro-organismos produzem uma reação exagerada do sistema imune.

Bactérias, como Staphylococcus aureus, Streptococcus pneumoniae, Klebsiella pneumoniae, Escherichia coli, Pseudomonas aruginosa, Streptococcus, Neisseria meningitidis, dentre outras.

Vírus, como influenza H1N1, H5N1, vírus da febre amarela ou vírus da dengue.

Fungos, principalmente Cândida.

As infecções que levam ao choque séptico podem surgir em qualquer local do corpo, e algumas das mais comuns são pneumonia, infecção urinária, meningite, erisipela, celulite infecciosa, infecção de feridas cirúrgicas ou contaminação de cateteres, por exemplo. 

Os sintomas mais comuns incluem diminuição da pressão arterial, febre alta, dificuldade para respirar, pouca urina, inchaço, freqüência cardíaca maior que 90 batimentos por minuto, alterações da pressão sanguínea, diminuição das plaquetas sanguíneas, perda da consciência e confusão mental. Quando tratado a tempo, o choque séptico tem cura.

Os fatores de risco para choque séptico incluem Idade tanto pessoas muito jovens quanto pessoas muito idosas são mais propensas a ter choque séptico, Diabetes, Doenças do sistema geniturinário, sistema biliário e no sistema intestinal, Doenças que enfraquecem o sistema imunológico, como a AIDS, Cateteres de longa permanência (aqueles que permanecem no lugar por longos períodos de tempo, especialmente linhas intravenosas, cateteres urinários e stents de plástico e metal usados para drenagem), Leucemia, Uso prolongado de antibióticos, Linfoma, Infecção recente, Cirurgia ou procedimento médico recente, Uso recente de medicamentos esteróides.

Diagnóstico: É realizado com exames laboratoriais e clínicos. O indivíduo deve apresentar pelo menos dois dos sintomas a seguir ao mesmo tempo: febre ou hipotermia (diminuição da temperatura corporal); taquicardia (aumento dos batimentos cardíacos); taquipnéia (aceleração do ritmo respiratório); leucocitose (aumento da taxa de leucócitos no sangue) ou leucopenia (diminuição da taxa sanguínea de leucócitos). Os exames para diagnosticar choque séptico incluem: exame de sangue, radiografia do tórax, para descartar ou não pneumonia e exame de urina.

O choque séptico é uma emergência médica e, portanto, deve ser tratado como tal. O tratamento para choque séptico pode incluir, Aparelho de respiração artificial (conhecido também como ventilação mecânica), Medicamentos para tratar pressão arterial baixa, infecção ou coágulos sanguíneos, Ingestão de líquidos por via intravenosa, Oxigênio, Cirurgia, entre outras medicações que agem contra a resposta inflamatória extrema observada no choque séptico, também podem ajudar a limitar o dano causado aos órgãos.

O choque séptico tem uma alta taxa de mortalidade, a taxa de mortalidade depende da idade do paciente e de suas condições gerais de saúde, da causa da infecção e de quantos órgãos apresentaram insuficiência, assim como da rapidez e agressividade com as quais o tratamento médico foi iniciado. Não há métodos de prevenção conhecidos para choque séptico.

O autor é graduado em Fisioterapia pela Universidade Paulista Crefito-3/243875-f Especialista em Fisioterapia Geriátrica pela Universidade de São Carlos e Ortopedia. Atua em São Carlos

Esta coluna é uma peça de opinião e não necessariamente reflete a opinião do São Carlos Agora sobre o assunto.

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