terça, 16 de abril de 2024
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Artralgia, a famosa dor nas juntas (articulações)

15 Ago 2018 - 06h00Por (*) Paulo Rogério Gianlorenço
Artralgia, a famosa dor nas juntas (articulações) -

A Artralgia do termo significa literalmente a dor articular. É uma combinação de duas palavras Gregas - Arthro - Junção e algos - Dor.

As articulações são compostas por algumas estruturas, tais como osso, cartilagem, membrana sinovial, ligamentos, tendões e enteses. Assim, sempre que tivermos um quadro inflamatório nessas estruturas poderá ocasionar dor articular.

Artralgia é um sintoma que significa dor articular, é uma queixa bastante comum na prática médica e pode estar associada com um grande número de doenças, na maioria das vezes a história clínica e os exames físicos bem realizados definem a etiologia. Em alguns casos, a causa pode permanecer indefinida e neste caso o tratamento visa alívio dos sintomas e acompanhamento médico regular.

Costuma-se falar em monoartralgia quando uma única articulação é afetada e em poliartralgia quando são comprometidas várias articulações.

Médicos usam esse termo para referir-se a qualquer tipo de dor nas articulações, mas outras organizações fazem uma distinção entre artrite e artralgia e definem a artrite como "inflamação das articulações". Contudo, a artrite pode também causar dor nas articulações, como as demais artralgias, assim, alguns autores afirmam que se uma pessoa tem artralgia (dores nas articulações), não necessariamente tem artrite, embora o contrário não seja verdadeiro e se tem artrite (inflamação das articulações) pode ter artralgias, assim entendidas, as artrites são uma doença e as artralgias apenas um sintoma.

Há diversas razões pelas quais as articulações podem se tornar dolorosas. Entre elas traumas, ferimentos, inflamações, infecções, transtornos imunes, reações alérgicas e doenças degenerativas.

As causas traumáticas mais comuns são fraturas ósseasluxações, uso excessivo da articulação, entorses, distensões e ruptura de tendão muscular.

Entre as inflamações estão, gotaosteoartrite, a artrite reumatóide e a artrite infecciosa, lúpus eritematoso sistêmico, espondiloartrites, doenças infecciosas virais como as hepatites, dengue, chikungunya e algumas doenças bacterianas.

Em pessoas idosas são comuns as causas degenerativas, com perda do coxim de cartilagem que reveste as extremidades dos ossos nas articulações, para permitir que os movimentos sejam suaves e não dolorosos. A predominância dessas osteodistrofiacomo causa de dores articulares aumenta com o desgaste promovido pela idade ou devido a doenças.

As dores articulares podem ser agudas ou crônicas e podem variar de intensidade, de leve a grave, essas dores apresentam rigidez e inchaço nas articulações na maioria das vezes, mas podem vir sem esses sintomas, podem ser maçantes, em pontadas, latejantes e podem ser contínuas ou intermitentes. Junto com elas pode acontecer uma sensação de queimação ou comichão, hipersensibilidade, rubor, calor, inchaço e restrição da mobilidade articular.

Nos idosos, a perda progressiva da cartilagem das extremidades dos ossos faz com que eles se atritem uns contra outros, o que conduz à dor e restrição ou perda da mobilidade comum à articulação em causa. A dor dessas osteodistrofia é pior após alguma atividade e ao final do dia e pela manhã ou após uma inatividade prolongada ocorre uma rigidez, que pode perdurar por alguns minutos.

É importante que seja feito o diagnóstico o mais rápido possível, para que o tratamento seja iniciado de forma especifica para cada doença, nos quadros de dores articulares é ainda mais importante consultar com o Médico Reumatologista. O diagnóstico das causas das artralgias nem sempre é fácil, porque muitas condições comuns compartilham sintomas semelhantes.

Esse diagnóstico envolve fazer uma boa coleta de dados médicos e realizar um minucioso exame físico, manobras semiológicas podem ajudar a determinar a natureza da artralgia.

A tomada de exames laboratoriais como o hemograma, por exemplo, e de imagens das articulações, por meio de radiografiastomografia computadorizada ou ressonância magnética complementam o diagnóstico, e o quanto mais precoce o diagnostico melhor é a forma de combater os sintomas e todo o quadro que se instala e com isso o prognóstico de melhora é muito melhor, porque até mesmo algumas artralgias são transitórias e outras não. As complicações das artralgias não tratadas, dependendo da sua causa, podem ser sérias, incluindo deformidades visíveis da articulação afetada até incapacidade funcional, gangrena e amputações de membro, e outros sintomas associados, e o que ninguém quer que essas dores se tornem crônicas.

Existem alguns tratamentos dependendo de suas causas, os casos mais simples e passageiros podem ser tratados com repouso das articulações afetadas, analgésicos e aplicação de gelo e dependendo o calor local ajuda e muito, até que os sintomas terminem.

Casos mais graves podem exigir prescrição de medicamentos específicos, ou mesmo cirurgia, inclusive para a substituição de articulações severamente danificadas.

Medicações como imunossupressores para a disfunção do sistema imunológico, antibióticos quando há uma infecção, podem ser usados ou descontinuados quando uma reação alérgica for à causa. As injeções de corticóides são um tratamento muito comum para a inflamação das articulações, mas não devem ser repetidas com muita freqüência.

A Fisioterapia atua no manejo sintomático da dor e alongo prazo para sanar os problemas gerados e amenizar o máximo as dores e reestabelecendo funções alteradas podendo incluir exercícios de alongamento, medicamentos de combate e tratamentos considerados apropriados para os demais sintomas o uso de recursos Fisioterapêuticos específicos para cada quadro instalado.

O autor é graduado em Fisioterapia pela Universidade Paulista Crefito-3/243875-f Especialista em Fisioterapia Geriátrica pela Universidade de São Carlos e Ortopedia.

Esta coluna é uma peça de opinião e não necessariamente reflete a opinião do São Carlos Agora sobre o assunto.

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