Crédito: DivulgaçãoA rede estadual de Educação de São Carlos e região está implementando uma experiência inédita de realização em meio digital - tablets e celulares - da chamada Avaliação de Aprendizagem em Processo (APP), promovida pela Secretaria de Educação do Estado de São Paulo junto às escolas de Ensino Fundamental e Médio, para acompanhamento dos estudantes e consequente subsídio à progressão de aprendizagens ainda não consolidadas.
Depois da aplicação com sucesso da primeira prova digital - em etapa piloto - no mês de maio, para cerca de 8 mil estudantes de 15 escolas dos sete municípios que compõem a região de São Carlos, no próximo mês de agosto todos os estudantes da região terão acesso à avaliação digital pelos sistemas Android e IOS, e também disponível na versão web. Com o aperfeiçoamento, a prova poderá ser acessada através dos computadores das salas de informática das escolas.
O projeto pioneiro deste aplicativo é fruto de parceria entre o Centro de Desenvolvimento de Materiais Funcionais (CDMF), sediado na Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), a Diretoria de Ensino da Região de São Carlos e a Aptor Software, empresa spin off gerada a partir do CDMF. O CDMF é um dos Centros de Pesquisa, Inovação e Difusão (Cepids) apoiados pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp). O Centro também recebe investimento do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), a partir do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia dos Materiais em Nanotecnologia (INCTMN).
Uma série de ações - desde a formação de profissionais para o uso do aplicativo, mapeamento e ampliação da rede de Internet sem fio das escolas até o suporte técnico durante a aplicação da prova - culminou em resultados bem-sucedidos na aplicação da Avaliação da Aprendizagem em Processo - 22ª Edição, na semana de 20 a 24 de maio desse ano. Um estudo estatístico foi realizado a partir dos dados obtidos, revelando que o uso do aplicativo MetA-SP não interferiu no resultado das avaliações quando comparado à prova tradicional (impressa).
Tais resultados motivaram o aperfeiçoamento da ferramenta pela Aptor Software, possibilitando que, no mês de agosto, quando será aplicada a próxima edição da avaliação, São Carlos dê mais um passo rumo à democratização do acesso à avaliação digital.
De acordo com a Diretora Regional de Ensino, Débora Blanco, o governador do Estado pretende que São Paulo seja um exemplo para o País, em termos de informática aplicada ao Ensino Fundamental e Médio. "Assim, o CDMF, a Fapesp, a UFSCar e Secretaria Regional de Ensino de São Carlos se colocam na vanguarda, como um exemplo no campo da avaliação digital", afirma o Diretor do CDMF, Elson Longo.
AVALIAÇÃO DIGITAL ALIADA DO MEIO AMBIENTE
Bimestralmente, na rede estadual de Educação os alunos realizam avaliações, dentre elas a Avaliação de Aprendizagem em Processo (AAP), que tem como base a Matriz de Avaliação Processual, apresentando o desenvolvimento do aprendizado de cada estudante com foco nas habilidades de leitura, de escrita e de raciocínio lógico-matemático. As avaliações permitem orientar o processo educacional quanto às competências a serem desenvolvidas nas turmas, de acordo com a série e o bimestre.
A Diretoria de Ensino de São Carlos abrange os municípios de São Carlos, Itirapina, Ibaté, Dourado, Corumbataí, Ribeirão Bonito e Descalvado - e atende cerca de 27 mil estudantes, distribuídos em 46 unidades escolares. A cada edição da AAP, as provas de Língua Portuguesa têm, em média, oito folhas e as de Matemática, em média, seis folhas. O que representa a utilização de aproximadamente 387 mil folhas de papel. Considerando que o gasto de água para a produção de uma folha de papel pode chegar a 13 litros e que a aplicação dessas avaliações é feita quatro vezes ao ano, o impacto, em termos de litros de água, por ano na região é de 21.840.000 litros de água.
Além disso, uma árvore produz 15 resmas de papel, então, só para Diretoria de Ensino da Região de São Carlos são necessárias aproximadamente 50 árvores em cada edição da avaliação. Esses números tão elevados levaram os pesquisadores a pensarem como a tecnologia poderia auxiliar em uma ação que diminuísse o impacto ambiental e fosse de baixo custo aos cofres públicos. Soma-se a isso a preocupação, enquanto educadores, com um processo educacional que abranja a construção integral das novas gerações, frente aos problemas ambientais causados pela intervenção humana, e o uso da tecnologia a favor da aprendizagem.
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