sexta, 19 de abril de 2024
Consternação

“Mayckon era íntegro, correto, idôneo e se preocupava em ajudar”, afirmam ex-gestoras comunitárias

09 Nov 2018 - 12h54Por Marcos Escrivani
“Mayckon era íntegro, correto, idôneo e se preocupava em ajudar”, afirmam ex-gestoras comunitárias - Crédito: Divulgação Crédito: Divulgação

O assassinato do professor de dança e fotógrafo Anderson Almeida Delfino, 33 anos, conhecido como Mayckon Booker causa consternação e tristeza nas pessoas que o conheciam. Seu corpo foi encontrado com perfurações provocadas por faca no começo da manhã desta segunda-feira, 5, onde ele morava, na avenida Grécia.

O acusado pelo homicídio é um adolescente. Após a matar a vítima se apoderou de uma câmera fotográfica que foi vendida, mas recuperada pelos policiais. O comprador foi indiciado pelo crime de receptação.

Um celular que também foi subtraído pelo jovem teria sido entregue para um usuário de drogas. A polícia chegou até o garoto após analisar imagens de câmeras de segurança de locais próximos de onde Mayckon morava.

Na delegacia o adolescente declarou que conhecia Mayckon e frequentava seu apartamento, que o matou, pois era constantemente assediado.

Indignadas com as acusações as ex-gestoras comunitárias e professoras Analuci Spinola e Silvana Scurachio, bem como a assessora Rita de Cássia Gomes da Silva afirmaram que Mayckon era uma pessoa íntegra, correta e idônea, preocupa em ajudar o próximo.

“Acreditamos no caráter e idoneidade dele. Ela dava aulas em uma garagem quando o conhecemos e desde 2007 integrava o programa Escola Nossa como voluntário. Dava aulas de dança para crianças carentes. Quando o prefeito Airton Garcia (PSB) assumiu o Executivo, ele acabou com este programa. Mesmo assim o Mayckon prosseguiu com aulas no Kartódromo e na ADPM. Ele conquistava as pessoas com seu jeito simples e sincero”, afirmaram as ex-gestoras.

Entristecidas, afirmaram ainda que no últimos dois anos, para se manter, investiu na fotografia. Fez cursos e comprou equipamentos. “Trabalhava para se manter. Mas neste período participou de muitas ações solidárias em São Carlos e na região. Promovia atividades para idosos e sua preocupação era levar alegria para todos”, disseram. “Foi uma perda muito grande para São Carlos”, emendaram.

Analuci e Silvana foram mais além no desabado ao garantir que Mayckon não era somente um professor ou um fotógrafo. “Nascia amizade. Ele frequentava nossas casas. Uma pessoa extremamente profissional e que se preocupava com o próximo”.

FÉ NA VERDADE

As ex-gestoras foram taxativas ao afirmar que acreditam que a verdade vira à tona após a conclusão das investigações da Polícia Civil. Não apenas no sentido de identificar o autor do crime, mas também elucidar os reais motivos.

“Este adolescente seria o tio de um dos alunos que fazia parte de um dos grupos”, afirmaram. “Mas acreditamos que a justiça será feita. A verdade irá aparecer de forma nítida e clara. Uma pessoa íntegra como ele não pode ser definida pela roupa, pela maquiagem ou pelo rosto. Era um ser humano incrível que acreditava em uma sociedade justa e melhor, através de atos solidários recheados de amor e de carinho”, afirmaram.

PASSEATA da PAZ

As ex-gestoras anunciaram que neste sábado, 10, a partir das 12h será feita uma passeata da paz em memória de Mayckon. A concentração será na Praça Santa Cruz.

“É para lembrar a pessoa humana e maravilhosa que ele era. Um momento de amor, de carinho e de fé. Todos estão convidados. Basta ir apenas com uma camiseta branca, uma flor branca e com muito amor no coração”, finalizaram Analuci e Silvana.

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