quinta, 18 de abril de 2024
Momentos de terror

Família revela madrugada de pânico: os atos violentos durante tentativa de roubo

Pedagoga aposentada de 78 anos chegou a ser agredida e estrangulada por criminosos; comerciante entrou em luta corporal com delinquentes.

26 Abr 2018 - 12h46Por Marcos Escrivani
Marcas da violência: pedaços de plásticos quebrados entre cadeiras. Resquícios da luta corporal entre o comerciante e os bandidos - Crédito: Marcos EscrivaniMarcas da violência: pedaços de plásticos quebrados entre cadeiras. Resquícios da luta corporal entre o comerciante e os bandidos - Crédito: Marcos Escrivani

“Eles ficam na rua e nós presos”. “Vou me armar e fazer de minha casa uma fortaleza”. “Pensei que minha casa era meu porto-seguro”. Frases impactantes e que marcaram a entrevista realizada pelo São Carlos Agora no final da manhã desta quinta-feira, 26, em uma casa na rua Major José Ignácio, na Vila Nery. Três pessoas foram vítimas de uma tentativa de roubo durante a madrugada.

Na residência, a pedagoga aposentada P.J.R., 78 anos, que está a uma semana em São Carlos (residia em Santo André) foi agredida e estrangulada. Seu genro, o comerciante P.S.S., 49 anos, entrou em luta corporal com dois assaltantes e foi agredido. A filha, a médica A.P.R.S., 48 anos, teve uma paralisação súbita diante de tantas cenas de extrema violência.

Os familiares receberam a reportagem de relataram os momentos de terror. A casa fica a dois quarteirões do 1º e 4º DPs e os policiais civis iniciaram a investigação após perícia realizada durante a manhã.

“MALDADE PURA”

A pedagoga e seu genro detalharam o crime que ocorreu por volta dos dez minutos desta quinta-feira. Tensa, com o olho esquerdo com marcas da violência, bem como seu pescoço marcado e dores nas costas, ela disse que assistia normalmente a TV (como faz diariamente) e quando foi baixar o volume do aparelho percebeu a presença dos delinquentes que entraram pela porta do jardim de inverno. “Pela aparência não tinham mais que 25 anos”, disse. “Um deles chegou rápido e me deu um soco no olho. Eu cai no chão e os dois se ajoelharam. Um deles me enforcava e o outro imobilizou meu braço. Era maldade pura. Ai eu ouvi um falar para pegar o que dava para levar. Foi quando consegui, mesmo sufocada gritar por socorro”, disse a pedagoga de 78 anos. “A cachorrinha (uma poodle) mostrando valentia, avançou nos bandidos. Mas nada pode fazer”, emendou.

A filha A.P.R.S. que estudava em um dos cômodos, ao ouvir os apelos da mãe saiu em socorro, mas ficou imobilizada. Ao contrário do genro que descansava em um dos quartos foi rapidamente para a sala e deparou com um dos bandidos sobre sua sogra.

Partiu para a briga e entrou em luta corporal. “Eles não estavam armados. Caso contrário teria ocorrido morte”, disse o comerciante. “Sei que desferi muitos socos e recebi vários. A briga foi até o jardim de inverno, quando o seu comparsa que estava escondido no corredor, também passou a me agredir. Recebi um golpe e cai dentro da casa. Foi quando consegui gritar para minha esposa pegar meu revólver e me ajudar. Isso assustou os dois que pularam o muro e fugiram”, relatou P.S.S.. Segundo ele, a mencionada arma não existe e o grito foi puramente para assustar os invasores. “Havia um terceiro na rua. Acho que iriam fugir em algum carro”, opinou.

LEMBRANÇAS DOLOROSAS

Horas após os momentos de pânico, a pedagoga P.J.R. e o comerciante P.S.S. não esquecem as lembranças dolorosas. “Minha sogra chegou a desmaiar”, disse. “Sinceramente não sei como entraram. A casa estava trancada e não havia sinais de arrombamento”, emendou.

“Resta o trauma que ficou. Irei ao hospital para receber alguns cuidados médicos. É a quinta vez que sou vítima de assalto. Queria saber os motivos pelos quais sou obrigada a passar por isso. Agora, para me recuperar, só o tempo dirá”, disse, resignada, a entristecida pedagoga. “O mundo está muito violento”, completou.

FORTALEZA

“Vou fazer da minha casa uma fortaleza. Quero dar toda segurança para minha família”, disse convicto o comerciante. “Vi minha casa ser invadida. O local que mais gosto. Eu amo minha casa. Aqui tem que ser meu porto-seguro. Irei comprar um Rottweiler (cão), colocarei concertina (um tipo de cerca elétrica), sensores em toda a residência, monitoramento e vou me armar”, disse. “Quero me sentir seguro e proteger minha família”.

Segundo P.S.S., ele ficará 24h por dia na casa, mal dormirá e ficará ainda mais atento. “Quero ter paz e que todas as pessoas ao meu redor também tenham. Espero poder o quanto antes, a ter uma vida normal novamente”, finalizou.

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