sexta, 29 de março de 2024
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Empresário são-carlense revela como mudou conceito e passou a exportar mais

Ubiraci Corrêa receberá título de Industrial do Ano pela Câmara após indicação do Ciesp. “Antes eles compravam da gente, agora nós é que vendemos para eles”

19 Mai 2018 - 09h04Por Redação
Ubiraci: “Ser industrial é ser idealista” - Crédito: DivulgaçãoUbiraci: “Ser industrial é ser idealista” - Crédito: Divulgação

Há mais de 30 anos em São Carlos, à frente de uma indústria familiar que se tornou referência em grandes equipamentos para saneamento, bombeamento e águas subterrâneas, Ubiraci Moreno Pires Corrêa conta que quando entrou para a empresa, em 1987, os produtos já eram exportados, mas o conceito era outro. “Antes, os clientes compravam de nós, e o que fizemos foi inverter o jogo, agora nós é que vendemos para eles”, afirma. Aos 59 anos, Ubiraci será homenageado com o título de “Industrial do Ano”, pelo Ciesp (Centro das Indústrias do Estado de São Paulo) - São Carlos no próximo dia 26, em solenidade comemorativa ao Dia da Indústria, celebrado em 25 de maio.

O conceito de exportação, segundo ele, foi modificado em decorrência de uma mudança de atitude dentro da própria empresa. “Colocamos nossos profissionais no exterior para conhecer a realidade dos clientes, entender suas necessidades e as futuras aplicações de nossos produtos. Com esse aporte, redirecionamos nossas ações e começamos a vender nossos produtos para eles, em vez de eles comprarem de nós”, explica. Com isso, o faturamento da empresa aumentou.

Mas a luta do industrial para que pudesse manter viva, produtiva e atuante a empresa da família já dura mais de 30 anos. “Ser industrial é ser idealista. O tempo todo temos que enfrentar custos elevado de obtenção de capital de giro, lidar com clientes que não pagam, corrigir processos de produção, pagar elevados impostos, compreender e melhorar as condições dos funcionários e, ainda assim, por vezes não ser compreendido por eles, enfim, temos que estar dispostos a enfrentar muitos leões por dia”, ressalta.

DE PAI PARA FILHO

A inspiração para as batalhas diárias vem dos pais. “Sempre vi meu pai levantar cedo para trabalhar e minha mãe se dedicando à casa e aos filhos o dia inteiro. Sempre ajudei meus pais em casa, quer dizer, eu tive bons exemplos, arregacei as mangas e me empenhei”. E ao longo da vida, os princípios aprendidos também foram transmitidos aos filhos. “Procurei transmitir valores como honestidade, ética e amizade aos meus filhos, claro, incentivando de todas as formas a busca do conhecimento, que é o que nos permite progredir”, conta.

UNINDO FORÇAS

Quando assumiu a Prominas Brasil, em 1987, a pedido de seus irmãos, que já trabalhavam na empresa, Ubiraci precisou realizar algumas mudanças no quadro de colaboradores, deixando na equipe apenas as pessoas que tinham os mesmos objetivos de crescimento na área. E apesar de ter sido um período duro, eles conseguiram recuperar a situação e transformar o negócio em uma empresa sadia, sólida e líder de mercado. O empresário atribui o sucesso a um trabalho em equipe. “Sempre digo que é como uma orquestra, cada um tem um papel fundamental para que haja harmonia. Eu posso ser o maestro, mas o maestro sem uma boa orquestra não pode ser bem-sucedido, então a atuação de cada um foi fundamental”, reconhece.

Outra atitude que sempre permeou a vida dele é a participação voluntária em associações. “Hoje faço parte do Ciesp, da Abimaq (Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos) e da Abas (Associação Brasileira de Águas Subterrâneas), sem contar que também integro o Rotary Club e a Maçonaria. Isso porque eu acredito que participar de uma associação é a única forma de lutar por igualdade de condições e defender regras que possam minimizar os problemas”, justifica.

Para Ubiraci, a participação em associações deveria ser uma obrigação de todos. “E não falo em obrigação legal, porque sou contra, mas falo em obrigação moral. Associar-se é uma forma de aumentar a força para conseguir as mudanças que são necessárias. Por exemplo, recentemente o Ciesp conseguiu uma liminar contra uma cobrança exagerada da Cetesb, e isso é resultado da força de nosso trabalho. Agora os não associados querem se beneficiar disso também, e não é justo”, fala.

INDUSTRIAL DO ANO

O título de “Industrial do Ano” foi criado em 19 de novembro de 1975, por meio da Lei Municipal nº 7.517, pelo então Prefeito, Mário Maffei. O nome de Ubiraci Corrêa foi escolhido na última reunião mensal do Ciesp. Ele receberá uma homenagem da entidade durante jantar realizado no próximo dia 26, que comemora o Dia da Indústria, celebrado em 25 de maio. O título oficial será entregue pela Câmara de Vereadores no dia 31 de agosto.

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